A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil e, com ela, o impacto esperado na economia do país em diversos setores. O agronegócio é um deles..
A doença acabou se manifestando no auge do escoamento da safra recorde de grãos, onde a maioria é exportada. Para contornar o cenário de desafios e minimizar prejuízos, os produtores têm buscado se reinventar.
Com a diminuição nos preços de vendas e aumento no valor de insumos e logística, os produtores rurais têm tentado trazer soluções diferentes das habituais para se manterem ativos no mercado.
Mesmo com grande parte do fechamento de bares e a queda da demanda por alimentos, grande parte dos produtores tem mantido o otimismo para driblar este momento.
Coronavírus x Agronegócio
Além dos problemas enfrentados com a venda dos produtos, os produtores também têm encontrado dificuldade na manutenção deles.
Segundo Nélio Handi, diretor-executivo das Associações dos Avicultores e dos Suinocultores do Espírito Santo (Aves e Ases), o farelo de soja usado para alimentar as aves e suínos aumentou 40% do seu valor e o milho, também utilizado na dieta dos animais, teve aumento de 18% no seu preço, somente no mês de março. Outra dificuldade que a doença Covid-19 trouxe ao agronegócio é referente à exportação.
Colheitadeira trabalha em produção de sojaSetor brasileiro já sente os impactos
Outro setor preocupante é a de compra e venda de insumos para as atividades como fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes que vinha crescendo nos últimos anos, mas agora teve um recuo. Apesar disso, setores como algodão, café e cana chegaram a ver um crescimento,já que a China retomou boa parte das negociações e os portos continuam em pleno funcionamento. Para manter o otimismo de uma recuperação no médio e longo prazo, os cuidados com os navios foram redobrados: agora, quem entra ou sai da embarcação precisa usar máscara e preencher um formulário médico.
Além disso, nos pátios os cuidados já são visíveis: banheiros químicos higienizados e médicos e enfermeiros para fazer a triagem dos motoristas.
Exposições adiadas e novas estratégias do Governo
Outro setor do agronegócio bastante fragilizado pela pandemia foi o de eventos. Com o decreto de isolamento social vigente é impossível que aconteçam as tradicionais feiras e exposições, tradicionais em nosso país. Grande parte delas, que aconteceriam neste primeiro semestre já foram canceladas. O Governo brasileiro tem buscado adotar medidas para combater ou, ao menos, minimizar os impactos econômicos do coronavírus em todo país.
Além disso, há uma enorme preocupação quanto ao abastecimento da população. Por isso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criou um grupo que monitora a crise, com o objetivo principal de garantir que o abastecimento continue normalmente.
O que esperar daqui pra frente?
Embora a expectativa mundial seja de grande recessão econômica, há mercados que tem crescido em meio à crise e que podem apontar uma possível mudança nos modelos de negócio daqui pra frente. A internet teve um aumento de 40% em suas vendas segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Isso tem levado o agronegócio ao mundo digital.
A tendência é que o cenário não mude e que as pessoas sigam cada vez mais engajadas em fazer suas compras pela rede. Isso, de certa forma, pode ajudar os produtores que dependem de negócios como restaurantes, já que estes podem continuar suas vendas através do sistema delivery.
O fato é que os últimos acontecimentos mudaram muito a forma que enxergamos o mercado e todos os cenários. Por isso, agora é hora de enfrentarmos essa situação juntos e esperar por uma recuperação o mais breve possível!